14/07/2020

Futuro da economia: o que mudará nos processos de produção após a pandemia

Especialistas acreditam em aceleração de automação e ascensão de startups na retomada da economia

Ao atravessar uma crise, empresas precisam se adequar à máxima do "produzir mais, com menos". Isso pode implicar diferentes cenários, desde a sobrecarga de funcionários em razão do ajuste no quadro de colaboradores, até a busca por adaptações dos processos. 

No entanto, para baratear uma produção é necessário, paradoxalmente, investir. A indústria, por exemplo, já vinha passando por transformações com a adesão crescente à automação. Para especialistas, com a pandemia, esse processo tende a se acelerar.

Para as grandes empresas, despender recursos visando ao aprimoramento de processos é quase praxe, mas e as pequenas e médias, terão fôlego para investir? Na visão dos especialistas entrevistados para a sétima matéria da série Futuro da Economia, sim, o mercado não só deve possibilitar oportunidades como também praticamente forçará que todas as empresas se adaptem à nova realidade.

Para falar sobre o futuro da produção, conversamos com o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS), Carlos Trein, e o especialista em gestão da inovação e executivo do Instituto Hélice, Thomas Job Antunes.

Enquanto Trein enxerga o investimento em inovação como a alternativa para otimizar e baratear processos, Antunes destaca as startups como um meio democrático para contribuir no desenvolvimento de empresas.

A necessidade de adaptação, inclusive, segundo eles, deverá movimentar do microempresário à megacorporação, que, além de recuperar o "tempo perdido", voltam com uma nova mentalidade e a visão de que há muitos nichos inexplorados a serem preenchidos.  

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Confira o que disseram os especialistas:

"Cadeias de produção cada vez mais robustas"
Carlos Trein: Diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS)

REPOSICIONAR-SE - "As empresas estão cientes de que precisam mudar, às vezes, inclusive o seu produto. Viram nessa crise oportunidades em determinadas situações. Teve uma falta incrível de EPIs (equipamentos de proteção individual), pois tínhamos facilmente produtos vindos de outros países, fundamentalmente da China, então a indústria parou de produzir algumas dessas coisas, como máscara, álcool gel e assim por diante".

INOVAÇÃO PARA BARATEAR - "Eu acho que a maioria das empresas que sobreviverem terão, sim, fôlego financeiro para investir em inovação (após a pandemia). Até porque a ideia (aderir à tecnologia) é, ou para produzir mais, ou para diminuir custos".

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"A tendência é de massificação da tecnologia"
Thomas Job Antunes:  Especialista em gestão da inovação e executivo do Instituto Hélice

ACELERAÇÃO DA INDÚSTRIA 4.0 - "Independente do negócio, tudo tende a se tornar mais digital. No caso das fábricas, os processos produtivos têm a tendência muito forte à digitalização voltada à obtenção de dados e um nível maior de automação. Está se falando bastante que, com a pandemia, o futuro foi antecipado. Essas tendências de tecnologia já estavam em andamento, a diferença é que elas foram antecipadas para uma necessidade de urgência."

ALTERNATIVA DE CURTO PRAZO - "Hoje, o mantra é adaptação. Não existe empresa que não esteja pensando em se adaptar, e isso requer capacidade de inovar, buscar parcerias, e justamente aí que as startups surgem como uma boa opção, tanto para pequenas empresas quanto para as grandes."

 

Por: Mateus Frazão
Leia Matéria completa em: O Pioneiro