28/09/2020

Máscaras de Proteção: qualquer barreira é melhor que nenhuma

Cada vez mais pesquisas apontam que mesmo máscaras feitas em casa, ou menos sofisticadas, ajudam a conter o Sars-Cov-2 de forma relevante

Rotina para alguns setores profissionais, vestir máscara se transformou em necessidade para praticamente toda ocupação que não pode ser efetuada via home office. E as pesquisas sobre qual tipo de proteção é mais ou menos eficiente não param de ser atualizadas. Mas ao que parece, uma coisa é certa: qualquer proteção é melhor do que nenhuma proteção.

Prova disso é um estudo divulgado em agosto de 2020, da Universidade da Califórnia e da Universidade John Hopkins, que apontou que as máscaras também reduzem a carga viral à qual as pessoas estão expostas. Mas esse não é o único trabalho que aponta para esse caminho.

A capacidade de filtragem das fibras naturais ou sintéticas escolhidas também são chave para compreender qual o nível de proteção oferecida, tanto para evitar a propagação do Sars-Cov-2, que causa covid-19, quanto para outras ameaças biológicas ou químicas.

Outro estudo realizado nos Estados Unidos apontou quão bem uma variedade de tecidos naturais e sintéticos filtram partículas de tamanho semelhante ao vírus que causa o covid-19. O trabalho foi feito por pesquisadores do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST, na sigla em inglês) e do Instituto de Conservação de Museus do Smithsonian Institute. Os resultados foram publicados na revista ACS Nano.

Foram testados 32 materais de tecido. Entre os cinco mais eficientes, três eram 100% algodão, e tinham fibra visível, como flanela ou lã. Quatro dos produtos que ofereceram proteção mais baixa eram sintéticos. Os testes tambem apontaram que camadas múltiplas de tecido de fato melhoram o nível de eficácia do algodão. O trabalho também mostrou que algodão com fibras mais altas – dessas como flanela e lã – formam estruturas semelhantes a teias, e esse tipo de formação tem propriedades semelhantes às máscaras médicas.

Apesar dos elogios às fibras naturais de algodão, o equipamento ainda considerado mais eficiente contra o Sars-Cov-2 são as máscadas do tipo N95, feitas com fibras sintéticas. O motivo tem a ver com o tamanho das partículas do vírus, que possui cerca de 11 nm de diâmetro. E esse tipo de máscara é testado para bloquear pelo menos 95% das partículas nessa faixa de espessura. De acordo com os pesquisadores, a capacidade de um tecido filtrar é uma relação entre o tipo de material, estrutura das fibras e contagem dos fios.

Isso não quer dizer que apenas máscara N95 são válidas. Cada vez mais pesquisadores comprovam que máscaras mais simples retardam a propagação do coronavírus, de uma maneira ou de outra, principalmente numa situação na qual um indivíduo esteja tossindo ou espirrando. A utilização de máscaras feitas em casa ou fornecidas no local de trabalho, ainda que menos sofisticadas, tem um papel importante na desacelaração da taxa de transmissão Sars-Cov-2.
 

Quem é quem

Máscaras Respiratórias

Protegem os usuários de respirar contaminantes perigosos no ar. São utilizadas por trabalhadores em setores como a agricultura, indústria química e outros.

Máscaras Descartáveis

Máscaras faciais descartáveis, como máscaras cirúrgicas ou médicas, não são respiradores e não protegem o usuário de respirar pequenas partículas, gases ou produtos químicos no ar. São uma barreira protetora que evita que respingos, sprays, gotículas grandes ou respingos entrem na boca ou nariz do usuário. A eficiência da proteção varia dependendo do tipo de material usado.

Máscaras faciais descartáveis também ajudam a evitar que o usuário espalhe gotículas respiratórias. Elas podem retardar a propagação do vírus que causa a covid-19. A utilização pode ajudar as pessoas que, sem saber, estão infectadas.

Máscaras de Pano

Sejam feitas em casa, adquiridas ou fornecidas por empregadores, as máscaras de pano estão desempenhando um papel importante na diminuição da taxa de contágio. Mas a capacidade de filtragem é menor. Ajudam a conter a disseminação das gotículas respiratórias.

No final das contas, a melhor prevenção é seguir, ainda, as recomendações da OMS: além da máscara, seja lá qual for o tipo, o segredo está no distanciamento social, quando possível, e no álcool em gel.

 

Fonte: CIPA