Todas as empresas, de qualquer porte ou risco, deverão fazê-la.
A revisão da NR 17 está praticamente pronta, e, entre as novidades, aparece a demanda da AEP (Avaliação Ergonômica Preliminar). Todas as empresas, de qualquer porte ou risco, deverão fazê-la. Há lógica nesse encaminhamento, especialmente porque, com uma AEP bem feita, já se pode estimular a solução de uma série de situações. Assim, ficará reservada a AET (Análise Ergonômica do Trabalho) para um número bem menor de situações, a serem mais bem esclarecidas.
Mas, que ferramenta utilizar? Antes de apresentar a ferramenta sugerida por nós, é importante esclarecer que existem pelo menos 18 fatores que influenciam na condição ergonômica de qualquer trabalho. Leia atentamente o quadro Fatores que influenciam a condição de ergonomia de uma atividade lembrando que, quanto mais fatores tiver a atividade analisada, pior será considerada sua condição ergonômica.
Tendo essa base conceitual, é importante ao leitor atentar-se a outros aspectos igualmente importantes:
RECOMENDAÇÕES
Analise, antes de começar a aplicar o checklist. Gaste algum tempo andando pela área de forma a entender o processo produtivo. Procure conhecer os principais produtos incluindo aqueles que, pelo peso maior ou maior produtividade, podem resultar em mais esforços ou processos mais acelerados. Identifique o modo de produção praticado quando ocorrem falhas em equipamentos. Também procure conhecer como são realizadas as atividades periféricas que envolvem o processo produtivo.
Documente a condição de trabalho inadequada com fotografia, na qual apareça o trabalhador executando a atividade de alta exigência.
Oriente a empresa quanto às medidas de correção, classificando-as da seguinte forma:
(a) situação passível de melhorias de baixo investimento ou pequenas melhorias; (b) solução conhecida, sendo necessário replicá-la naquele posto; (c) situação cuja melhoria necessita de estudo em maior profundidade. Para essas últimas, é indicada uma boa Análise Ergonômica do Trabalho.
Não deve o analista definir sozinho a solução, a não ser que tenha grande experiência com as questões encontradas. As melhores soluções são aquelas que resultam de um consenso entre o analista, o gerente, o engenheiro ou técnico do processo e um trabalhador experiente.
Fatores que influenciam a condição de ergonomia de uma atividade
Fonte: Revista Proteção
Texto publicado na coluna Ergonomia na edição 347 da Revista Proteção.
*Hudson de Araújo Couto – Médico do Trabalho, doutor em Administração, coordenador do curso de pós-graduação em Medicina do Trabalho e consultor de empresas. hudson@ergoltda.com.br
*Dennis Carvalho Couto – Engenheiro de Controle e Automação e de Segurança do Trabalho. denniscouto@gmail.com