Os sintomas de voz quando persistentes podem evoluir para lesões mais graves, caso não sejam tratados.
Fonte: Colégio Bom Jesus
Entre os diversos profissionais que têm na voz o seu principal instrumento de trabalho, os professores fazem parte de uma das categorias mais suscetíveis às alterações vocais decorrentes do mau uso ou do abuso vocal. Os sintomas de voz quando persistentes podem evoluir para lesões mais graves, caso não sejam tratados. Por isso, o Colégio Bom Jesus mantém há 24 anos o Programa da Voz no Departamento de Saúde Escolar (DSE), que auxilia os profissionais que necessitam de orientações relacionadas a esses problemas, trabalhando essencialmente na prevenção.
Como relata a fonoaudióloga do DSE, Sônia Arns, entre os sintomas vocais mais comuns estão a rouquidão, o cansaço vocal, o esforço para falar, a dor de garganta, dor no pescoço e nos ombros, além da sensação de garganta seca. Ela explica ainda que as lesões além de adquiridas, podem ser também congênitas, ou seja, inatas ao indivíduo (aquela pessoa que sempre teve a voz rouca, por exemplo). Neste Dia Mundial da Voz é feito um alerta especial para a rouquidão, já que é um sintoma que pode estar também relacionado com câncer de laringe.
No processo admissional do Colégio Bom Jesus, o professor além de realizar exame médico e fonoaudiológico ocupacional, é submetido também ao exame otorrinolaringológico para avaliar como estão as estruturas da laringe. Investigações periódicas também são feitas com o intuito de monitorar a qualidade de voz do professor e orientá-lo quanto aos cuidados vocais. Também são feitos encaminhamentos para fonoterapia quando necessário.
Cuidados básicos com a voz
A fonoaudióloga do DSE, Karine Salvalaggio, orienta os professores para alguns cuidados antes e após o período de aula. Tomar muita água, comer frutas (especialmente as cítricas e a maçã), manter uma alimentação saudável, dormir bem, manter boa postura corporal ao falar, assim como, realizar o aquecimento e desaquecimento vocal são algumas das recomendações. “A prega vocal é um músculo. Se fazemos aquecimento muscular quando vamos fazer atividades físicas, da mesma forma temos que fazer com a voz”, explica Karine. Entre os exercícios recomendados estão a respiração diafragmática, que auxilia na projeção de voz do professor, os exercícios vocais e o relaxamento da região da coluna cervical, do pescoço e dos ombros. “O professor deve diariamente monitorar a qualidade de sua voz e contar com os recursos da fonoaudiologia para auxiliá-lo sempre que necessário.”, observa Sônia.
A cafeína, o leite e derivados, as bebidas gasosas, as bebidas alcoólicas, os doces em excesso e, principalmente, o cigarro, são prejudiciais à saúde vocal. Existem outros fatores de risco para o surgimento de problemas na voz, como explicam as fonoaudiólogas. Por exemplo, o refluxo gastroesofágico (que traz irritação à garganta e tosse) e as alergias respiratórias (rinite é uma delas).