16/07/2021

Produtividade cresce no trabalho remoto, mas vem acompanhada de esgotamento mental, indica pesquisa

Participaram do levantamento 1.075 pessoas de 23 estados brasileiros.

Mais de um ano depois do início das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, a maioria dos trabalhadores em trabalho remoto afirma que a produtividade no home office é maior do que no trabalho presencial. Há, contudo, uma sensação de esgotamento mental entre grande parte deles.

É o que mostra pesquisa da Fundação Dom Cabral e da Grant Thornton, segundo a qual mais de 58% dos respondentes afirmaram ser mais produtivos ou significativamente mais produtivos ao exercerem suas atividades de casa. Em 2020, esse índice ficou em torno de 44%. Os dados indicam, porém, que 56% deles dizem sentir-se hoje mais cansados e mais irritáveis do que no anterior.

“Depois de um ano, constatamos como a percepção sobre o aumento da produtividade no trabalho remoto mostra seu custo quando o assunto é equilíbrio e bem-estar”, diz Fabian Salum, professor da Fundação Dom Cabral.

“Os comentários dos respondentes apontam para um esgotamento mental, que envolve tanto a situação crítica própria da pandemia quanto os desafios que envolvem a atividade profissional. Por isso, não podemos nos deixar seduzir pela alta produtividade. São necessários ajustes nos três níveis: organização, equipes e indivíduos.”

Os principais obstáculos do home office apontados pelos entrevistados foram maior volume de horas trabalhadas (24%), dificuldade de relacionamento e dificuldade de comunicação (ambas com 16%). Para 14% dos respondentes, equilibrar a vida profissional e as demandas pessoais também requer esforço.

A pesquisa buscou saber ainda quais os receios dos profissionais quando se pensa na continuidade do trabalho remoto no futuro próximo. Para 20,6%, o maior deles é a perda de convívio social, seguida de uma carga maior de trabalho (15,5%) e uma possível piora de comportamento por ausência de convívio (13,5%).

 

Fonte: Revista Cipa