18/02/2020

Vamos falar de dependência química?

No Brasil, o consumo de álcool por pessoa está acima da média mundial, que é de 6,4 litros.

O alcoolismo é caracterizado pelo desejo incontrolável de beber. É uma doença e, como tal, deve ser encarada por familiares, empregadores e sociedade em geral. Assim como no caso do consumo de drogas, trata-se de dependência química, sendo responsável, anualmente, por três milhões de mortes em todo o mundo. Tal dependência causa danos à saúde física, ao equilíbrio emocional e ao padrão comportamental do indivíduo.

Um colaborador doente tem potencial para afetar todo o seu círculo de conhecimento, inclusive no ambiente corporativo. Seja por constrangimento, mal-estar, absenteísmo ou ameaça às regras de segurança no ambiente de trabalho, é um mal que precisa ser prevenido ou identificado o quanto antes.

Números da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o consumo de bebidas alcoólicas pelos brasileiros cresceu significativamente em uma década: se em 2006 a ingestão anual per capita era de 6,2 litros, em 2016 a média saltou para 8,9 litros. O aumento é de 43,5% no grupo acima de 15 anos de idade. Estima-se que, hoje, pelo menos 3% dos brasileiros sofram com o vício, levando sofrimento e sensação de impotência a quem os cerca.

O consumo nacional de álcool por pessoa está acima da média mundial, que é de 6,4 litros. Além disso, o nosso país ocupa a terceira colocação no ranking da América Latina e o quinto em todo o continente, ficando atrás apenas de Canadá (10 litros), Estados Unidos (9,3 litros), Argentina (9,1 litros) e Chile (9 litros).

O Dia Nacional de Combate ao Álcool (18/02) se apresenta como uma ocasião oportuna para reforçar a divulgação sobre os danos que a dependência das bebidas fazem à saúde. Mesmo assim, ainda hoje, boa parte das organizações reluta em tocar no assunto internamente, abrindo mão de exercer influência positiva e fundamental na prevenção do uso indevido de álcool no ambiente de trabalho. Na verdade, não há assunto proibido em uma empresa. O que cada organização precisa encontrar é a abordagem correta à realidade e ao perfil de seus colaboradores.

De acordo com a Portaria Interministerial nº 10, de 10 de julho de 2003, é recomendável que as empresas que, por meio de suas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas), desenvolvam campanhas para despertar a conscientização quanto ao problema. O mais importante é chamar a atenção para os malefícios que o abuso de substâncias psicoativas provoca não só no cumprimento das funções diárias, mas nas vidas pessoal e social do alcóolatra.

Com informação e conteúdos relevantes é possível prevenir o alcoolismo entre os colaboradores. Há formas efetivas também de ajudar na recuperação e na reintegração ao ambiente laboral de pessoas afetadas pelo problema. Faz-se necessário, primeiramente, que o trabalhador reconheça e assuma a condição de dependente para que os demais passos para sua recuperação sejam dados.

 

Dia 20/02: Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo

Outra data pode entrar no calendário de atividades da empresa: o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo (20/02). Segundo cálculos do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID), o Brasil perde anualmente algo em torno de US$ 19 bilhões por absenteísmo, acidentes e enfermidades causadas pelo uso drogas, inclusive o álcool.

Calcula-se que entre 20% a 25% dos acidentes de trabalho envolvam usuários.  Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a dependência química chega a afetar 15% dos empregados, aumentando em cinco vezes as chances de acidentes de trabalho. Dados demonstram ainda que o consumo de álcool e drogas é responsável por metade do total de licenças médicas e faltas ao trabalho, aumentando significativamente os custos para a organização.

 

Afinal, o que pode ser feito?
O ponto de partida é identificar as pessoas envolvidas com álcool e outras drogas, ouvi-las e oferecer apoio, indicando formas de buscar tanto tratamento médico quanto psicológico. Elas podem pertencer a diferentes classes econômicas e esferas sociais. Mesmo sendo mais comum entre jovens, o álcool e as drogas atingem pessoas de todas as idades.

Fazer palestras sobre o tema, disparar informações por newsletters, promover debates e criar canais para elucidar dúvidas são um bom começo para combater a dependência. A empresa pode ainda manter em seus quadros de avisos e sites os telefones de grupos de apoio, como os Alcóolicos Anônimos e Narcóticos Anônimos, entre outros.

É bom sempre observar que o engajamento de todos os colaboradores é essencial para o êxito de qualquer tipo de iniciativa que vise à prevenção de doenças e segurança no ambiente de trabalho. Aceitação e solidariedade são fundamentais no processo de ressocialização. Nunca é demais salientar também que a prática frequente de atividades físicas é um bom antídoto para prevenir problemas.

 

Fique atento aos sinais do excesso de consumo de drogas e álcool:
– Distração no trabalho, falta de motivação e foco.
– Queda na produtividade.
– Oscilações bruscas de humor, irritabilidade frequente. A instabilidade no relacionamento com os companheiros de equipe e a irregularidade no desempenho em reuniões/trabalhos de grupo também são indícios de que algo fugiu do controle. Falta de apetite e sede excessiva podem ainda ser indícios.
– Atrasos e faltas frequentes ao trabalho.
– Falta de zelo com a aparência e hálito com cheiro de bebida.
– No caso de uso de drogas, hiperatividade e dificuldade de concentração.
– Problemas constantes nas relações familiares e sociais.
– Tendência ao isolamento no ambiente de trabalho.

 

Fonte compartilhada do nosso parceiro RHMED | RHVIDA