15/09/2021

Psicologia e Segurança do Trabalho: Qual a relação entre elas?

Depressão, síndrome do pânico e burnout são alguns dos exemplos que têm acometido a quem está exposto a índices elevados de stress e pressão.

Doenças relacionadas à saúde mental estão atingindo cada vez mais aos trabalhadores. Depressão, síndrome do pânico e burnout são alguns dos exemplos que têm acometido as pessoas que muitas vezes estão expostas a índices elevados de stress e pressão.

As empresas mais atentas já perceberam que a psicologia e segurança do trabalho devem andar lado a lado para garantir um ambiente saudável e, consequentemente, produtivo. Quer saber mais sobre essa relação e como implementar na sua organização? Confira o post que preparamos para você.

A importância da saúde mental nas relações empregatícias
Números do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) revelam que ansiedade e depressão são as principais causas de afastamento motivadas pelo ambiente de trabalho que não são notificadas pelos empregadores.

Historicamente, as doenças mentais carregam um estigma recheado de preconceitos e falta de conhecimento que levam as pessoas darem pouca atenção a importância tanto da prevenção quanto ao tratamento. Quem é acometido pela depressão, por exemplo, costumeiramente tende a esconder de colegas de trabalho e chefes por vergonha ou medo de serem discriminados de alguma forma.

Por outro lado, aqueles que escolhem dividir os seus problemas com a sociedade, muitas vezes precisam lidar com a falta de apoio dos familiares, amigos de trabalho e até mesmo da própria chefia. Essa, infelizmente, é uma realidade ainda comum, mas que, graças às campanhas de conscientização promovidas tanto pelo poder público quanto pela iniciativa privada, tem sido alterada aos poucos.

Logo, as empresas mais modernas e conscientes que estão em busca de um crescimento sólido baseado nas melhores práticas de mercado, incluindo o respeito aos seus funcionários, já começaram a perceber que investir em psicologia tem tudo a ver com a segurança do trabalho, prevenção de acidentes, aumento da produtividade e até mesmo redução de gastos.

A maior parte das doenças mentais que são desenvolvidas por causa do trabalho são frutos de um ambiente extremamente estressante, desrespeitoso e abusivo.

A cobrança excessiva de metas, a exposição a tratamentos vexatórios, a falta de atenção à legislação trabalhista e as prerrogativas da segurança do trabalho são alguns dos exemplos das causas que levam os empregados a desenvolverem depressão ou burnout.

A atuação da psicologia na segurança do trabalho
A psicologia se divide em diversos ramos que são necessários para enfatizar diferentes aspectos de nossas vidas. Logo, temos a psicologia do trabalho e a psicologia organizacional que estudam as relações laborais sob pontos de vista distintos. Enquanto a primeira analisa o empregado e a maneira como ele se comporta em seu ambiente de trabalho, a segunda estuda a empresa e a maneira como ela integra os seus recursos e as pessoas.

Ambos são de extrema importância para as organizações que desejam melhorar as relações interpessoais, aumentar a produtividade, o engajamento e diminuir a rotatividade de funcionários.

Investir na psicologia sob ângulos diferentes, mas que conversam entre si, é fundamental para melhorar a cultura organizacional interna e para garantir um crescimento sólido. Afinal de contas, não importa o tamanho da empresa, as pessoas que fazem parte dela são, sem dúvida, os recursos mais importantes.

Pesquisas já comprovaram que trabalhadores felizes produzem mais, mas engana-se quem pensa que essa felicidade diz respeito apenas a bons salários.

É claro que remunerações condizentes com o mercado e com o nível do trabalho são bem-vindas e bastante atraentes, mas elas não são suficientes para manter empregados engajados e com a saúde mental preservada, principalmente a geração millenial que vem revolucionando o mercado laboral.

Contudo, como promover a psicologia e a segurança do trabalho nas organizações? Trazemos algumas dicas nos tópicos a seguir.

Treinar os gestores
A promoção de uma cultura de respeito e bem-estar na empresa deve ser defendida por todos os funcionários, no entanto, aqueles que ocupam cargos de liderança devem ser os porta-vozes. De nada adianta uma comunicação interna bem-feita se os liderados não sentirem que os seus gestores respeitam a cultura organizacional.

Portanto, investir em treinamento para a chefia é fundamental. Eles devem aprender a dar feedbacks de maneira construtiva, conhecer a legislação trabalhista, entender a importância de uma comunicação eficiente, mas nunca violenta, para que os seus subordinados se sintam confortáveis a tirarem dúvidas, realizarem questionamentos e, principalmente, pedirem ajuda quando necessário — seja por questões profissionais ou que possam, de alguma maneira, impactar a produtividade.

Promover campanhas de conscientização
Estigmas e preconceitos se combatem com informação. Logo, a equipe do RH deve promover campanhas de conscientização internas, falando a respeito da prevenção e tratamento de doenças relacionadas à saúde mental.

Após construir um ambiente seguro em que as pessoas não tenham medo de falar abertamente sobre as suas questões pessoais, essas campanhas servem para estimular os funcionários pedirem ajuda quando necessário e, até mesmo, a conversarem mais entre si sobre o tema a fim de desconstruir muitos dos estereótipos que foram criados a respeito das pessoas que sofrem com depressão, por exemplo.

Contratar psicólogos
Os psicólogos costumam fazer parte do time de recursos humanos das empresas, principalmente desempenhando funções nos processos de seleção e admissão de novos funcionários. No entanto, as empresas que pretendem dar mais atenção à saúde mental de seus colaboradores, podem contratar psicólogos ou fazer convênio com profissionais liberais para promover o atendimento dos trabalhadores.

Assim como as doenças mentais, a ida a psicólogos, terapeutas e psiquiatras também é marcada por diversos preconceitos na sociedade, e muitas pessoas acreditam que só devem recorrer a esses profissionais quando estão com um problema. No entanto, fazer terapia é prevenção e, consequentemente, qualidade de vida.

Analisar a empresa
Quando falamos em psicologia e segurança do trabalho, a primeira análise a ser feita é a da empresa. É fundamental colocar uma lupa em todos os sentidos, equipes e áreas, discutindo a respeito dos processos internos, quais são as suas funções, em que aspecto eles podem ser melhorados, quais deles realmente fazem sentido e como podem impactar positivamente ou negativamente o ambiente laboral.

Pensar a respeito da maneira como as obrigações e responsabilidades são repassadas aos colaboradores, como a liderança é construída, como os funcionários podem ser estimulados a melhorarem e entregarem trabalhos ainda mais superiores, como medir o desempenho deles de uma forma mais humanizada e menos estressante. Esses são alguns dos caminhos e itens que devem ser pensados pelas organizações.

A psicologia e segurança do trabalho são áreas que devem andar lado a lado para garantir uma maior produtividade e permitir que a empresa se destaque em relação a concorrência pela qualidade do seu serviço, bem como pelas práticas utilizadas. O reflexo de empregados satisfeitos é sempre a construção de uma base de clientes e fornecedores cada vez mais fidelizados.


Fonte: Grupo Mednet