A boa notícia é que, globalmente, as fatalidades relacionadas ao trabalho caíram 14% no período de 2000 a 2016.
Lesões e doenças relacionadas ao trabalho provocaram a morte de 1,9 milhão de pessoas em 2016, de acordo com as primeiras estimativas conjuntas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A maioria das fatalidades ocorreu em função de doenças respiratórias e cardiovasculares.
Os números constam em relatório divulgado recentemente pelas duas organizações, e abrangem o período de 2000 a 2016. As doenças não transmissíveis foram responsáveis por 81% das mortes – índice este que, com a pandemia, deve ter sido substancialmente impactado. A boa notícia é que, globalmente, as fatalidades relacionadas ao trabalho caíram 14% no período.
“É chocante ver tantas pessoas literalmente sendo mortas por causa de seus trabalhos”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Nosso relatório é um alerta aos países e às empresas para melhorar e proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores, honrando seus compromissos de fornecer cobertura universal de serviços de saúde e segurança ocupacional”.
O estudo leva em consideração 19 fatores de risco ocupacional, como exposição a longas jornadas de trabalho e exposição no ambiente de trabalho à poluição do ar, a substâncias cancerígenas, a riscos ergonômicos e a ruído. O principal risco identificado foi a exposição a longas horas de trabalho, seguida pela exposição à poluição do ar (partículas, gases e fumos).
Um número desproporcionalmente alto de mortes ocorre entre trabalhadores no Sul da Ásia e no Pacífico Ocidental, bem como entre homens e pessoas com mais de 54 anos de idade.
“Essas estimativas fornecem informação importante, e podem ajudar na elaboração de políticas e práticas para locais de trabalho mais saudáveis e seguros”, diz Guy Ryder, diretor-geral da OIT. “Governos, empregadores e trabalhadores podem adotar medidas para reduzir a exposição a fatores de risco, os quais podem também ser reduzidos ou eliminados por meio de mudanças nos modelos e sistemas de trabalho. Como último recurso, o equipamento de proteção individual pode ajudar a proteger os trabalhadores cujo ofício não lhes permite evitar a exposição”.
Fonte: Organização Internacional do Trabalho