Não é tão simples entender a importância do investimento nesta área, mas, nos últimos anos, essa realidade tem mudado.
No Brasil, existem mais de 18 milhões de empresas registradas. Desse total, 66% são micro e pequenas – classificadas de acordo com o número de empregados e com o faturamento bruto ao fim do ano. Esse segmento é tão importante para a economia que, segundo dados de maio de 2021 do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), é responsável por empregar 55% dos trabalhadores com carteira assinada no setor privado e representa 30% do PIB Brasileiro (dados do último trimestre de 2020). Com tantas pessoas atuando nesses locais, é preciso atenção redobrada à segurança e à saúde ocupacional desses colaboradores.
Para Bernardo Junqueira, diretor da Ocupacional Medicina e Segurança do Trabalho, essa necessidade se justifica ainda mais quando se olha para os números. “O Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho mostra que Minas Gerais registrou 11% de todos os acidentes que ocorreram em 2020 no país, com 46,9 mil acidentes notificados. Só em Belo Horizonte foram 7,9 mil acidentes nesse mesmo período, figurando como a terceira cidade com maior incidência de notificações no Brasil”, comenta.
Mas quando se fala em ações de SST, o foco não deve ser os acidentes. Eles surgem quando não há um trabalho de base desenvolvido, sem investimento na prevenção e na melhoria dos processos. “Não é tão simples entender a importância do investimento nesta área, mas, nos últimos anos, essa realidade tem mudado. A mentalidade dos empreendedores tem evoluído. Eles estão entendendo que o sucesso do seu empreendimento vai além do dinheiro no bolso, mas que está totalmente voltado à retenção de talentos, reconhecimento e cuidado com o seu colaborador”, explica a assistente da Unidade de Gestão de Pessoas do Sebrae/MS, em entrevista para o G1 (https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/especial-publicitario/sebrae-ms/sebrae-e-meu-proprio-negocio/noticia/2019/06/03/saude-e-seguranca-do-trabalho-para-micro-e-pequenas-empresas.ghtml)
Esse cenário de investimento constante é desfavorável para micro e pequenas empresas, que já precisam lutar contra uma série de fatores para se manterem no mercado. Junqueira cita algumas das principais dificuldades encontradas são:
“1.7.1 O MEI, a ME e a EPP, graus de risco 1 e 2, que declararem as informações digitais na forma do subitem 1.5.1 e não possuírem riscos químicos, físicos e biológicos, ficarão dispensados de elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.”
“1.7.2 O MEI, a ME e a EPP, graus de risco 1 e 2, que declararem as informações digitais na forma do subitem 1.5.1 e não possuírem riscos químicos, físicos, biológicos e ergonômicos, ficarão dispensados de elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO.”
“1.7.4 O empregador é o responsável pela prestação das informações previstas nos subitens 1.7.1 e 1.7.2.”
A redação foi feita de uma maneira que dá margem para más interpretações, uma vez que a simples presença de um produto de limpeza ou de riscos ergonômicos já implicariam na necessidade de se ter documentação, independente da empresa se enquadrar em MPE, grau de risco 1 e 2.
“Ao mesmo tempo em que os questionamentos são cabíveis, o trabalhador também não pode ficar exposto aos riscos. Um acidente grave pode levar ao fechamento de micro e pequenas empresas, seja pelos custos diretos para resolução do caso ou pela perda de clientes e queda na produtividade. Ou seja, promover ações preventivas é fundamental para o sucesso a longo prazo e para a sobrevivência dessas instituições”, explica Bernardo Junqueira.
As MPEs e o pós-pandemia
Junqueira destaca que o período de pandemia foi, com certeza, um grande dificultador para as MPEs se manterem vivas. “Com o impacto da queda de receitas, limitações de horários e aumento no absenteísmo, as MPEs tiveram que se reinventar para seguir com as portas abertas”, observa.
No âmbito da SST, o especialista informa que as MPEs têm que se atentar:
Fonte: CIPA