16/03/2020

Você sabe o que é Burnout?

Burnout tem sido uma preocupação cada vez mais frequente em termos de saúde mental relacionada ao trabalho.

Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu a Síndrome de Burnout na lista da 11ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que passará a vigorar em janeiro de 2022, como um “fenômeno ocupacional”.

Apesar de ainda não ser considerada uma doença tal qual a depressão, ao inserir o Burnout na lista da CID-11 caracterizando como “problema associado ao emprego ou desemprego”, a OMS dá maior visibilidade a esse mal, reconhecendo o trabalho como um fator que influencia o estado de saúde do indivíduo.

A Síndrome de Burnout é uma condição de estafa mental estritamente ligada ao estresse, seja ele provocado pelo ambiente laboral ou em razão dele. Porém, as dimensões apontadas na descrição dão margem para diversos sintomas que apontam para o problema.
 

Burnout: prevenir é melhor que remediar!
Ficar cansado depois de uma semana intensa de trabalho é completamente normal. Assim também é com o estresse causado pela rotina atribulada e problemas rotineiros com os quais todos temos de lidar. No entanto, ignorar por completo essas sensações pode ser perigoso.

Dar atenção aos sinais da mente e do corpo, principalmente quando todo o cansaço e estresse parecem piorar no ambiente de trabalho, é fundamental para evitar que um problema ainda maior – como é o caso do Burnout – se instale.
 

Atenção aos sinais de alerta!
Repare como seu corpo reage ao chegar e ao sair do seu local de trabalho. Dores de cabeça, taquicardia, respiração mais ofegante… esses são alguns sinais físicos que podem apontar um nível de estafa que precisa ser controlado.

Cuidados com a saúde mental dentro e fora da empresa
Há um fator comum entre pessoas que já conviveram com a Síndrome de Burnout: a maioria delas, por muito tempo, se esqueceu que existe vida além do trabalho. Fundir todos os aspectos da vida – pessoal, social e laboral – pode ser altamente nocivo. Há, inclusive, o risco da perda de identidade que, para algumas pessoas, pode causar uma crise existencial e consequente baixa autoestima.

A importância de uma agenda pessoal
Os empreendedores fazem parte do grupo mais afetado pelo estresse crônico, resultando no Burnout. Mesmo os founders mais brilhantes, inteligentes, dedicados e engajados não passam de seres humanos. É humanamente impossível dar 120-130% de si durante um extenuante período de tempo. O filósofo belga Pascal Chabot chegou a definir o Burnout como a “doença da civilização”.

Nesse sentido, algumas atividades são fundamentais para o equilíbrio emocional e saúde. Entre elas:
1. Praticar atividade física com regularidade
2. Manter uma higiene do sono
3. Meditar
4. Não desmarcar compromissos com amigos e família
5. Cuidar com o uso excessivo do smartphone
 

Mas como identificar o problema? Vejamos os principais sinais da presença do Burnout:
• exaustão mental e física
• irritabilidade e impaciência
• falta de concentração
• dificuldade para dormir• queda no desempenho das atividades
• pouca interação nos relacionamentos
• sentimento permanente de insatisfação
• falta de motivação e interesse em atividades do dia a dia
• ausência no trabalho sem necessidade aparente

Se você se identifica nessas condições e sintomas, é importante buscar ajuda médica e psicológica o quanto antes, para evitar ainda mais prejuízos. Ou ainda, se conhece alguém que está passando pelo problema, procure conversar e alertar para a importância de buscar ajuda profissional, oferecendo apoio e compreensão.
 

Contribuição das empresas no cuidado com a saúde mental

Cuidar da saúde mental no ambiente de trabalho deve ser uma via de mão dupla, até porque, tanto funcionários quanto chefes estão sujeitos ao esgotamento profissional. Num país onde 38% das licenças de trabalho são ocasionadas por distúrbios psíquicos e onde cerca de 200 mil pessoas foram afastadas de suas atividades laborais por problemas de saúde mental no ano de 2017, fechar os olhos para essa questão significa estar disposto a perder muitos talentos e, principalmente, muito dinheiro.

Cientes disso, cada vez mais as empresas têm desenvolvido atividades para o bem-estar dos colaboradores, incluindo o investimento nos cuidados com a saúde mental da equipe. Esse, aliás, é um investimento importante e com retorno certo: o da produtividade.

Ao criar uma cultura de feedback também é possível dar o primeiro grande passo no desenvolvimento de um ambiente mais cooperativo e saudável para a equipe.

 

Por *Tatiana Pimenta – CEO e fundadora da Vittude, plataforma que conecta psicólogos e pacientes.
Fonte: Revista CIPA