Para conseguir uma boa gestão da saúde e segurança dos trabalhadores, é fundamental saber qual é e como calcular o grau de risco das empresas.
É a partir do grau de risco que as principais decisões e ações serão tomadas.
Quanto maior for o grau, maiores deverão ser as regras a serem seguidas para que os colaboradores tenham saúde e qualidade de vida. Embora o governo tenha simplificado as normas para reduzir as obrigações às empresas, é fundamental pensar na saúde e no bem-estar dos colaboradores.
O que é o grau de risco das empresas?
O grau de risco das empresas é definido como um número que varia entre 1 e 4 e tem como objetivo avaliar o perigo que cada atividade oferece. O risco relacionado aos acidentes de trabalho é definido pela NR-04 (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho), os quais foram definidos pelo Ministério do Trabalho de acordo com a atividade principal de cada empresa, através do CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas).
Vale ressaltar que as Normas Reguladoras são relevantes, pois tratam do conjunto de procedimentos e requisitos que devem ser seguidos para proporcionar segurança a todos os colaboradores, sendo obrigatórias a todas as empresas que tenham funcionários no regime de CLT.
Como calcular e classificar o grau de risco da empresa?
Para saber qual é o grau de risco da empresa, é necessário primeiro identificar o seu código CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). Caso você não saiba, é necessário acessar o site da Receita Federal.
Com o código em mãos, basta compará-lo ao quadro I da NR-04, não se esquecendo de verificar se a denominação está de acordo com a principal atividade que a empresa desempenha. Caso esteja em conformidade, o valor mostrado será o risco que a instituição tem.
O que é a análise preliminar de riscos?
A identificação dos riscos é a parte mais importante para que medidas preventivas possam ser desenvolvidas. Para tanto, as empresas podem fazer uso da análise preliminar de riscos (APR), que em linhas gerais, realiza o mapeamento das atividades a fim de encontrar possíveis falhas de segurança.
Um erro muito comum é imaginar que apenas atividades insalubres ou periculosas que já são conhecidas oferecem riscos, no entanto, atividades administrativas ou desenvolvidas em escritório, podem colocar em risco segurança e saúde dos trabalhadores, igualmente. Aliás, transtornos psicológicos causados pelo stress e excesso de trabalho têm sido uma das maiores causas de afastamento pelo INSS.
Para essa identificação, o profissional devidamente habilitado que pode ser um engenheiro ou um técnico em segurança do trabalho, deve conhecer todos os ambientes laborais, verificar os equipamentos utilizados, conversar com os colaboradores e avaliar as políticas internas de segurança do trabalho.
Essa é uma parte muito importante do trabalho, pois ao contrário do que muitos podem pensar, não basta oferecer os equipamentos de proteção individual (EPI), é preciso reforçar a necessidade de usá-los, a importância da prevenção e o compromisso da empresa com a segurança e saúde.
Qual o significado de cada grau de risco?
Após identificar qual o grau de risco da sua empresa, é chegado o momento de saber o que cada um dele significa. Confira os tópicos abaixo.
GRAU DE RISCO 1 (GR1) – RISCO MUITO BAIXO
São assim classificadas as empresas em que as atividades trazem riscos improváveis para os colaboradores. Nesse caso, as obrigações legais são menores.
GRAU DE RISCO 2 (GR2) – RISCO BAIXO
Nesse caso, os riscos são moderados, o que faz com que as empresas precisem de cuidados maiores que as relatadas no grupo anterior.
GRAU DE RISCO 3 (GR3) – RISCO MÉDIO
Como risco médio são classificadas as empresas cuja atividade expõem os colaboradores a riscos regulares. Dessa forma, as obrigações são maiores que as anteriores.
GRAU DE RISCO 4 (GR4) – RISCO ALTO
Já no grupo de risco alto estão as empresas em que as atividades expõem os colaboradores a riscos frequentes, fazendo com que um maior número de regras quanto à saúde e segurança do trabalho sejam aplicadas.
Quais são as categorias de risco nas empresas?
Além da organização dos riscos por graus, também devem ser elencadas as categorias de cada um deles. A norma regulamentadora nº5 estipula em seu texto legal como as empresas devem identificar.
RISCO FÍSICO
São considerados como riscos físicos a exposição de diversas formas de energia. Ruídos, vibrações, pressões anormais, radiações, temperaturas excessivas, umidade, são alguns dos exemplos desse tipo de risco que pode ser encontrado nas empresas.
RISCO QUÍMICO
A exposição de trabalhadores a produtos corrosivos, gases, ácidos e outros materiais perigosos, pode ser considerado como risco químico.
RISCO BIOLÓGICO
Muitas pessoas quando pensam em acidentes de trabalho, não levam em consideração a possibilidade de existir o risco biológico, que são originados pelo contato com animais, plantas, bactérias, vírus, parasitas, bacilos, plantas perigosas, protozoários, entre outros.
Eles podem ser originados por carpetes sujos, pela inalação de fumaça ou, nos casos mais recentes, pelo vírus do Covid-19, cuja sua classificação como doença ocupacional foi considerada em recente decisão do Supremo Tribunal Federal.
RISCO ERGONÔMICO
Os riscos ergonômicos são aqueles que causam desconforto ao trabalhador pela ausência de condições de trabalho decentes. Eles podem acontecer pela repetição de movimentos, ausência de iluminação adequada, presença de cadeiras e mesas inadequadas, jornada de trabalho prolongada, entre outros motivos.
RISCO DE ACIDENTES
Os riscos de acidentes são considerados como aqueles capazes de afetar a integridade física e psíquica do trabalhador. Podem ocorrer com o manuseio de objetos perigosos, exposição a altas temperaturas, cargas pesadas ou até mesmo uma queda em chãos escorregadios.
Qual impacto traz na segurança dos colaboradores?
Saber o grau de risco é essencial para que as empresas entendam quais são os riscos que os colaboradores têm no desempenho das atividades. Assim, a instituição poderá estudar e determinar quais são as melhores maneiras para prevenir acidentes, o que diminui a quantidade de multas e impostos a serem pagos, além de aumentar o desempenho dos colaboradores no serviço.
Quanto maior for a ciência dos riscos que eles têm, bem como as melhores formas de se precaver de possíveis acidentes, mais seguras serão as ações dos colaboradores. Assim, a produtividade deles tenderá a ser maior, bem como a saúde mental.
Fonte: Morais Contabilidade