Não é uma área para os que buscam simplesmente rotinas e praticas constantes. Leia mais abaixo!
A Segurança e Saúde no Trabalho é uma área de atuação com muitas peculiaridades e de certa forma não tem a “tranquilidade” comum na maioria das demais áreas técnicas e poucas pessoas levam isso em conta quando optam pela formação e poucos professores alertam seus alunos logo no inicio do curso.
Poucas são as profissões que lidam com tantos aspectos e variáveis e isso exige muito mais do que conhecimento – exige compreensão dessa dinâmica.
Não bastassem todos os problemas cotidianos do lidar com máquinas, equipamentos, processos, ferramentas e muito especialmente seres humanos em todos os níveis – há toda uma questão politica que interfere na criação e mudanças de normas, os modelos de gestão que sendo pouco compreendidos acabam dando mais problemas do que soluções entre outras muitas coisas.
As mudanças são também um grande problema, especialmente pelo o que citamos acima.
Tentar compreende-las e traduzi-las para dentro do ambiente da organização causa um imenso desgaste até porque parte das vezes parece que as pessoas entendem que aquilo muito mais do que algo que diz respeito parte das vezes ao Governo é uma vontade ou um anseio dos profissionais de SST e assim, fica quase impossível trabalhar.
Faze-lo com pouco tempo para analisar e planejar via de regra faz com o profissional opte pura e simplesmente por copiar ou adotar um modelo pronto e dai em diante a coisa toda torna-se ainda mais complicada. Poucos notam, mas tais situações são em parte as grandes responsáveis por veremos hoje em dia parte do SESMT dedicando mais tempo a produzir papeis do que realmente cuida na forma adequada do que interessa.
Em meio a tudo isso devemos estar atentos aos PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAUDE NO TRABALHO, sendo que o primeiro passo para isso e compreender de fato qual é a REAL finalidade de cada um deles. Há por ai muita gente fazendo porque tem que fazer, outros fazendo do jeito que ouviram falar que deve ser feito e muitos – muitos mesmos misturando tudo na tentativa de fazer de um programa de SST documento para fazer frente a determinadas possibilidades de problemas sem notar que começam assim a fazer parte do problema ou torna-lo maior.
Na verdade precisamos entender que mesmo nas Normas Regulamentadoras não existem modelos para esse ou aquelas programas. O que encontramos por lá são diretrizes ou mesmo conteúdos mínimos que pode e devem ser harmonizados pelos especialistas conforme a realidade da organização onde atuam; programa se refere a algo que se planeja com a intenção de executar mais tarde com a finalidade de cuidar de determinado(s) assunto(s).
A partir disso devemos então pensar que:
1 – O melhor programa e aquele que trás em seu conteúdo todas as diretrizes ou conteúdos mínimos das normas ao qual se refere – ou seja que tenha conformidade legal e ao mesmo tempo que tenha elementos que permitam que ele seja dinâmico e possa ser atualizado conforme a necessidade
2 – O melhor programa e aquele que pode ser compreendido pelas pessoas que são responsáveis pela implantação e implementação do mesmo e isso deve ocorrer da forma mais simples possível – de tal forma que permita as pessoas fazerem o que devem e precisam. Cabe a quem elabora o programa levar isso rigorosamente a sério e cuidar para que o programa tenha essa funcionalidade.
3 – O melhor programa é aquele que pelo menos nas partes que digam respeito possa ser conhecido e compreendido por aqueles que serão beneficiados por sua implantação e implementação que e por isso saibam como e quando e porque devem cooperar para que as metas e objetivos sejam alcançados.
4 – O melhor programa e aquele cujos documentos e registros gerados pelas práticas realizadas tenham real valor para a gestão e não sejam apenas meras formalidades.
Tudo isso que descrevemos acima se traduz em uma coisa: não devemos elaborar programas para nós e sim para outros.