As atividades domésticas e de limpeza estão entre as que mais causam dermatose ocupacional.
Fonte: Fundacentro
As atividades domésticas e de limpeza estão entre as que mais causam dermatose ocupacional com resultado positivo para sensibilização à metilisotiazolinona/Kathon CG. É o que mostra estudo transversal baseado em informações de prontuários de trabalhadores submetidos a testes de contato entre 2013 e 2017 no Rio de Janeiro/RJ. De 768 trabalhadores avaliados, 217 (28,3%) receberam diagnóstico de dermatose ocupacional e 68 (8,9%) tiveram o adoecimento desencadeado pelas isotiazolinonas.
Houve predomínio do sexo feminino, com 57 casos, e da cor de pele negra (30). Já a idade média foi de 45,5 anos. Quanto à localização das lesões, foram mais comuns eczemas em palmas (36 casos), na face extensora dos membros superiores (35), no dorso das mãos (33) e na face extensora dos membros inferiores (27).
Além de avaliar o perfil demográfico e clínico dos casos ocupacionais, o artigo, publicado pela Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO), buscou descrever a presença desses conservantes em tintas nacionais. Entre as 61 tintas avaliadas, 26 possuíam alguma isotiazolinona, sendo a metilcloroisotiazolinona a mais comum.
Nesta pesquisa, casos de dermatite de contato alérgica não foram tão prevalentes entre as profissões que utilizam tintas, diferentemente do observado em estudos realizados em outros países. Outro dado é que mais da metade da amostra mencionou o uso regular de luvas, mas, muitas vezes, após o início do processo inflamatório crônico nas mãos e não como um modo de prevenção. O afastamento de atividades laborativas, por sua vez, foi observado em 38,2% da amostra estudada sensibilizada a isotiazolinonas.
Para as pesquisadoras, “a sensibilização às isotiazolinonas pode impactar a saúde do trabalhador e demanda maior vigilância com materiais de limpeza e cosméticos”. Também se faz necessária a discussão da regulação da composição de tintas comercializadas no país.
Saiba mais
