13/03/2023

Dor, formigamento e redução da força muscular podem ser sinais de LER/DORT

Em 28 de fevereiro, celebra-se o Dia Internacional de Prevenção às Lesões por Esforços Repetitivos e aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT)

Em 28 de fevereiro, celebra-se o Dia Internacional de Prevenção às Lesões por Esforços Repetitivos e aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT). Ambas as condições podem comprometer o rendimento laboral e a qualidade de vida do trabalhador. O Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), possui um serviço especializado de Fisioterapia que, em 2022, realizou mais de 3.600 atendimentos, incluindo a pacientes acometidos de LER/DORT.

De acordo com o fisioterapeuta Raimundo Hércules Bezerra de Carvalho, integrante da equipe do HMJMA, os problemas ocasionam lesões nas estruturas de tendões, músculos e ligamentos, consequências do esforço físico em excesso, da má postura, do estresse e de condições desfavoráveis na rotina. “Uma pessoa com dor, inchaço, redução da força muscular, fadiga, formigamento e sono irregular pode estar com essas doenças”, afirma.

A auxiliar administrativa do hospital, Tânia Maria Fontenele Oliveira, de 58 anos, sentia dores nos dois punhos e, com o tempo, passou a ter dificuldades para segurar até os mais leves objetos. Ao procurar um trauma-ortopedista, foi diagnosticada com LER/DORT e necessitou de tratamento medicamentoso e fisioterápico. “Percebi a melhora já no início e agora tomo muito cuidado para não voltar a ter crises”, diz Oliveira. Ela fez as sessões de fisioterapia no HMJMA e foi orientada a realizar alongamentos antes da atividade laboral, além de pausas para repouso das articulações afetadas.

Esses hábitos, segundo o fisioterapeuta Raimundo Hércules, deveriam fazer parte da rotina de todo trabalhador para evitar a ocorrência de complicações. Além do alongamento e das pausas, a ergonomia é fundamental para prevenir lesões e distúrbios. Bancadas, mesas e cadeiras com altura apropriada, iluminação adequada do ambiente, prática frequente de ginástica laboral, ausência de ruídos excessivos, espaço agradável e alimentação saudável estão relacionadas à uma boa ergonomia.

O profissional ressalta, ainda, que o diagnóstico de LER/DORT e o encaminhamento são feitos por um médico especialista. O acesso à Clínica de Fisioterapia do HMJMA se dá por meio da Central Estadual de Regulação. O setor funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.

Ginástica laboral

Karmen Beatriz é fisioterapeuta e responsável pela ginástica laboral no Nível Central da Sesa. Durante a semana, num cronograma diário, ela percorre 57 salas com uma série de exercícios físicos com duração de 5 a 15 minutos.

“Trata-se de uma junção de atividades realizadas no ambiente e no horário de trabalho para evitar lesões por esforço repetitivo e alguns distúrbios osteomusculares”, explica a especialista.

No mês de fevereiro, por exemplo, cerca de 700 colaboradores participaram das aulas. Esse cuidado com o corpo, reforça Karmen, especialmente para quem trabalha sentado e tem uma rotina intensa do uso de computador, deve ser um alerta e uma motivação para executar os exercícios periodicamente.

É o caso de Glauciane Paula, colaboradora da Ouvidoria. Ela é diagnosticada com tendinite no braço direito e reconhece os benefícios trazidos pela prática. “A ginástica laboral gera bem-estar, reduz a fadiga e o estresse, favorece o fortalecimento muscular e dá estímulo para iniciar outras atividades físicas. A Karmen está sempre inovando. É maravilhoso”, avalia.

As aulas contam com músicas animadas que incentivam, também, uma pausa na rotina. A fisioterapeuta ressalta a estratégia como uma forma lúdica de voltar à atenção ao próprio corpo, além de ser um cuidado com a saúde mental. “Influencia até na produtividade”, acrescenta.

Cerest

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cerest), vinculado à Sesa, atua na vigilância dos espaços e dos processos laborais, tornando possível mapear os riscos ergonômicos e proteger o trabalhador. Além disso, garante apoio técnico pedagógico para a implementação de linhas de cuidado e de atividades voltadas à promoção, à prevenção e à educação em saúde.

Fonte: Diana Vasconcelos/Governo do Estado do Ceará

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