Ensaio, publicado pela Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO), busca mostrar que o comportamento humano pode ser utilizado como medida de identificação e avaliação da exposição ambiental e ocupacional a agentes tóxicos. Para tanto, realiza re
“Essas baterias são compostas por diferentes testes, que fornecem uma avaliação não invasiva da integridade funcional do sistema nervoso, sendo sensíveis nas condições em que os déficits ainda não caracterizam uma patologia orgânica propriamente dita (níveis subclínicos). Evidenciar déficits subclínicos seria um indicador precoce de neurotoxicidade de um determinado agente químico”, explicam os autores.
Para eles, “a observação direta e o registro de comportamentos previamente determinados são uma alternativa que permite estimar o grau de exposição ambiental a toxicantes, com moderado a alto grau de confiabilidade”. Esses apontamentos permitem o aprimoramento de práticas de higiene industrial para trabalhadores em condição de insalubridade. Também avaliam que medidas neurocomportamentais podem ser influenciadas por agentes tóxicos.
“As avaliações comportamentais podem ser complementares em um cenário no qual a antecipação de uma intoxicação ocupacional, conforme estabelecido nas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, pode prevenir maiores danos à saúde do trabalhador… A defesa é pela complementariedade das medidas…”, defendem os pesquisadores.
Os estudos analisados “sugerem que funções cognitivas podem ser afetadas em condições subclínicas de exposição a solventes, e que esses prejuízos comportamentais podem anteceder uma neuropatia também induzida por eles, citando como exemplo o hexano”. Entre as principais funções afetadas estão coordenação motora, memória e atenção.