01/05/2023

Diversidade corporativa é pauta da vez nas empresas

No final de 2022, em Genebra, na Suíça, representantes brasileiros dos setores público, privado e também da sociedade civil estiveram reunidos para o encontro “Diversidade, Igualdade e Inclusão: Movimentos de Direitos Humanos para Alcançar a Ambição.

É fato: quanto mais convivemos com pessoas diversas, mais aprendemos e, principalmente, respeitamos cada indivíduo. Nas empresas, isso não é, literalmente, diferente. No final de 2022, em Genebra, na Suíça, representantes brasileiros dos setores público, privado e também da sociedade civil estiveram reunidos para o encontro “Diversidade, Igualdade e Inclusão: Movimentos de Direitos Humanos para Alcançar a Ambição 2030”.

No encontro, a delegação brasileira que representa o Pacto Global da ONU no Brasil, iniciativa de sustentabilidade corporativa com influência mundial, esteve presente na sede da organização, levando temas como equidade e a inclusão de pessoas negras, indígenas e transexuais no ambiente corporativo. Ali foram debatidos os “Movimentos”, da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, com ações concretas que promovam a inclusão e o combate à falta de diversidade nas empresas.

 

Diversidade corporativa

 

Segundo informações da agência ONU, a Rede Brasil é a que mais cresce no mundo e já passou de 1.500 participantes no País. Além dos Movimentos, o Pacto Global das Nações Unidas também apresentará ao público a plataforma Observatório 2030, que vai monitorar os compromissos públicos assumidos pelas empresas.“Estamos num momento muito decisivo, em que a nossa sobrevivência está em jogo. Com os Movimentos, o Pacto Global se une às empresas para alcançar os ODS fundamentais ao Brasil, como Água Potável e Saneamento (ODS 6), Redução das Desigualdades (ODS 10) ou a Ação contra mudança global do clima (ODS 13), por exemplo. Precisamos, cada vez mais, de empresas comprometidas com metas e com todo o caminho traçado para se chegar a elas. Não adianta se comprometer com um objetivo para 2030, sem detalhar as ações e estratégias para alcançá-las”, explicou Camila Valverde, diretora de Impacto da Rede Brasil no evento.

 

Receita para inclusão: informação

 

Estima-se que apenas 20% das pessoas com algum grau de espectro autista estejam no mercado de trabalho formal em todo o mundo. Em reportagem do site Forbes, Marcelo Vitoriano, psicólogo e diretor geral da Specialisterne, empresa que capacita pessoas com Transtorno do Espectro Autista para setores de tecnologia, explica que a desinformação faz com que os empregadores descartem a possibilidade de contratá-las, por conta do receio do esforço que esses funcionários poderiam ter. “A gente tem se aproximado e explicado que sim, essas pessoas podem trabalhar, desde que exista o apoio devido, um suporte de acolhimento e as ferramentas adequadas”, comenta.

O especialista afirma que as empresas precisam sim fazer adaptações, mas isso não é impeditivo para inviabilizar a contratação. “Se o autista for hipersensível à luz, talvez seja preciso trabalhar o tempo todo de óculos. Se for hipersensível ao som, vai trabalhar de fone de ouvido. Ele pode ter uma característica de comunicação peculiar, mas é importante desmistificar isso e fazer com que se sinta acolhido”, exemplifica.

 

O futuro é hoje

 

Cristina Boner, presidente do conselho fiscal do Grupo Drexell, vê a diversidade como um tema de muita importância e crescente adesão no mundo corporativo: “As organizações, aliás, com condutas que agem de maneira inadequada frente a questão rapidamente têm sua imagem prejudicada. As novas gerações se posicionam cada vez mais a favor do respeito ao próximo, fazendo com que a diversidade nas empresas seja uma discussão inevitável”, analisa.

Contudo, sabemos que o caminho é ainda longo: a segunda edição do estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, apresentada em 2021 pelo IBGE,  apontou que homens mantém uma maior integração à força de trabalho nacional, recebendo maiores salários e ocupando 62,6% dos cargos gerenciais, enquanto mulheres ocupam apenas 37,4% desses mesmos cargos, além daquelas que têm filhos apresentarem menores índices de ocupação.

“Construir um ecossistema eficaz para negócios ESG é um esforço colaborativo global que contribui fortemente para esse futuro. Quando atrelamos a diversidade e inclusão ao ambiente empresarial, há um grande benefício para o clima e cultura organizacional, além de também agregar valor às relações entre os colaboradores e os seus resultados”, encerra Cristina.

Fonte: Revista Cipa