05/05/2023

OIT defende melhores condições aos trabalhadores essenciais

A Organização Internacional do Trabalho analisou dados de 90 países e concluiu que os trabalhadores essenciais, que representam 52% de toda a força de trabalho, precisam ser mais valorizados.

Baixa proteção, equidade salarial, condições precárias. Essas são as mazelas enfrentadas pelos profissionais essenciais, ou seja, que estão à frente de trabalho em áreas como saúde, segurança, limpeza, transporte, varejo e manutenção técnica. A Organização Internacional do Trabalho analisou dados de 90 países e concluiu que os trabalhadores essenciais, que representam 52% de toda a força de trabalho, precisam ser mais valorizados. Apesar de sua enorme contribuição social, essa categoria sofre com falta de pagamento decente e esquemas de proteção, segundo o relatório perspectivas sociais e de emprego no mundo em 2023: O valor do trabalho essencial.

Dos países analisados, Moçambique tem o maior percentual dessa categoria dentre seu conjunto de trabalhadores, 87%.De acordo com a OIT, a Covid-19 evidenciou o papel fundamental desse grupo, mas também revelou sua defasagem salarial e maior exposição a riscos.No Brasil, o aumento de mortalidade gerado pela Covid-19 afetou mais os agentes funerários, seguidos por carteiros, profissionais de saúde, motoristas e policiais.

Salários baixos e carga horária excessiva

Outra constatação é que 29% dos trabalhadores essenciais são mal pagos. No setor de alimentação a situação é ainda mais grave, com 47% dos profissionais recebendo salários abaixo da média ena área da limpeza, a defasagem atinge 31% dos trabalhadores.

Condições precárias de trabalho também foram constatadas. Um em cada três profissionais têm contratos temporários e na indústria alimentar, 46% dos empregos são provisórios.

A carga horária excessiva é outro ponto de preocupação: 46% dos empregados em funções essenciais nos países de renda baixa fazem jornadas longas. Essa tendência é comum no setor de transporte, onde 42% dos funcionários trabalham mais do que 48 horas por semana.

No Brasil, 79,9% dos trabalhadores essenciais formais tem proteção social, mas menos de um terço dos autônomos estão cobertos. Em Angola, a seguridade cobre apenas 4,7% dos contratados. Já os independentes estão totalmente descobertos no país africano.

Recomendações

A agência da ONU aponta a necessidade de investimentos em infraestrutura, capacidade produtiva e recursos humanos, especialmente em saúde e alimentação. As recomendações do relatório incluem a melhoria dos sistemas de segurança do trabalho, aumento dos salários, regulação adequada da carga horaria e ampliação da proteção social a todos os trabalhadores.

Fonte: Revista Cipa