12/07/2023

Medicina preventiva é aliada na saúde ocupacional

Aquele ditado “melhor prevenir do que remediar” cabe muito bem quando o assunto é Saúde Ocupacional, já que o bem-estar dos colaboradores deve ser uma meta presente nas corporações.

O cenário, contudo, é ainda assustador: reportagem da Revista Piauí mostrou que em 2022, foram registrados 612,9 mil acidentes de trabalho no Brasil. Isso é quase quatro vezes a quantidade de acidentes de trânsito com motos no mesmo ano. O acidente laboral ocorre durante o exercício do trabalho a serviço de uma empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional. Com o retorno do trabalho presencial após a fase mais latente da pandemia da Covid-19, os números voltaram a subir.

Dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, que reúne informações do Ministério Público do Trabalho, Organização Internacional do Trabalho e outros órgãos federais apontaram que em 2022, uma pessoa morreu a cada 3 horas e 47 minutos, sete por dia, em decorrência de acidentes de trabalho. Já casos de transtornos mentais relacionados ao trabalho dobraram entre 2020 e 2022 e os números levam em conta apenas a população com vínculo de emprego regular, segundo divulgado no veículo.

Segundo a OIT, 4% do PIB mundial é perdido em função de acidentes e doenças do trabalho e em 2022, esse valor estaria próximo de R$ 400 bilhões.

 

Medicina preventiva

 

Para incentivar e implantar ações de saúde preventiva no trabalho se faz necessário fazer o acompanhamento dos hábitos e monitorar a rotina dos colaboradores, além de identificar a rotina de todos os envolvidos dentro da corporação no longo prazo, verificando situações que possam afetar a saúde. Para Victor Piana Andrade, médico e CEO do A.C. Camargo, em matéria na revista Medicina S/A, as empresas “precisarão trazer o tema saúde para a agenda estratégica e não apenas a sinistralidade. Os responsáveis pela saúde nas empresas precisam se capacitar a gerir mais saúde, mais prevenção, mais coordenação de jornada, ligando estes dados à produtividade da empresa, para ganhar acesso a fóruns no C-level”.

Eis que entra também o papel do médico do trabalho, que pode ser um aliado, não somente no exame admissional, no exame periódico e na rescisão de contrato e no exame demissional. “Com o passar do tempo, as empresas entenderam que a ausência de uma supervisão médica não frequente, apenas restrita aos exames obrigatórios, apresentava um impacto negativo na saúde dos funcionários e consequentemente para as instituições, dando evidências sobre os benefícios que a medicina preventiva traz. Vale ressaltar, que além dos cuidados preventivos com a saúde do colaborador, a redução dos gastos com o absenteísmo, favorecendo assim a percepção do funcionário, propiciando a motivação”, explica informativo da DualSaúde, empresa especializada em gestão e consultoria em saúde ocupacional com clínicas próprias pelo estado do Rio de Janeiro e credenciadas pelo Brasil.

Segundo a empresa, existem quatro níveis de medicina preventiva e todos são importantes: o primeiro é a prevenção primária, que foca impedir o aparecimento de doenças e podem ser aplicadas, por exemplo, ações educativas e informativas, como o incentivo a prática diária de exercícios físicos. Já a secundária, conta com atividades voltadas às pessoas com problemas de saúde em estágio inicial, e tem como objetivo de evitar complicações da doença. A terciária é voltada a casos de estágio mais agravado de uma doença, que pode deixar sequelas, “com esse quadro, a medicina preventiva, atua favorecendo que as limitações não sejam um obstáculo”, informa a Dual Saúde.

Por fim, a prevenção quaternária proporciona ações para casos de doenças já instaladas, com recomendações e atividades que mostrem, por exemplo, os perigos do excesso de medicação, automedicação e outras complicações, evitando novas intervenções.

Para Guilherme Salgado, Médico e CEO da 3778, empresa que tem em sua expertise “redefinir a experiência do cuidado, ancorada em três pilares: tecnologia, design e negócio”, também em matéria da Medicina S/A, o desafio às empresas no quesito saúde preventiva é entender qual o melhor cenário para o ecossistema de saúde de cada profissional. “É preciso fazer com que os ambulatórios corporativos atuem além das barreiras físicas da empresa, conectando os colaboradores pelo celular, estendendo os serviços para seus familiares, gerando economia, reduzindo absenteísmo e afastamento dos colaboradores, com o menor impacto possível para empresa e operadoras de saúde”, salienta.

Fonte: Cipa&Incêndio