Estima-se, segundo a consultoria S&P Global Market Intelligence, que o Brasil tenha mais de 81 mil torres espalhadas em território nacional e, para tanto, é preciso mão de obra qualificada e segura para que o trabalho não resulte em acidentes graves.
As telecomunicações são imprescindíveis para a troca de informações para diversos públicos e segmentos. Estima-se, segundo a consultoria S&P Global Market Intelligence, que o Brasil tenha mais de 81 mil torres espalhadas em território nacional e, para tanto, é preciso mão de obra qualificada e segura para que o trabalho não resulte em acidentes graves.
Um deles, aliás, ocorreu em outubro último na localidade de Bairro Alto, Botucatu, SP, quando Alex de Sena Sabino, 42 anos, e Washington Cleyton Nunes Prado, 34, vieram a óbito após a desmontagem de uma antena de rádio. Os trabalhadores escalavam o equipamento para retirá-lo, quando a estrutura, de 15 metros de altura de uma das torres, cedeu, informa o Boletim de Ocorrência, acessado pelo portal g1.
Segurança em torres de telecomunicações
Com o propósito de reforçar a ideia de que a segurança para trabalho em torres não é um conceito isolado, mas um conjunto de práticas que devem ser adotadas na jornada laboral, a Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel) lançou em março o programa Torre + Segura, que por meio encontros, cursos e materiais informativos, pretende fortalecer a cultura de segurança do trabalho nas atividades de construção, operação e manutenção de infraestruturas de telecomunicações.
Para a elaboração do Torre + Segura, a associação consultou especialistas e constatou-se que os principais problemas durante o trabalho em altura estão desde o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) inadequados, com emendas e as famosas gambiarras para suprir a ausência dos mesmos, além de fatores humanos, como carência de capacitação e as condições ambientais (temperaturas extremas, por exemplo) e físicas por parte do operador.
“É preciso avaliar os incidentes e desvios para interromper a cadeia de risco. Segurança não é ausência de acidente, mas a presença de controle. O custo do cuidado é menor que o do reparo”, explica Gianfranco Pampalon, consultor e professor de pós-graduação em Engenharia e Medicina do Trabalho, ao site Teletime.
Vale ressaltar que cabe aos contratantes proporcionar aos colaboradores condições seguras e dignas de trabalho, além de cumprir todas as normativas no exercício da atividade.
Trabalho em altura
Já noticiamos aqui em Cipa as atualizações da Norma Regulamentadora 35 (NR-35), que trata do trabalho em altura, inclusive com a presença de um técnico especializado.
Uma boa prática empregada está sendo feita na cidade de Americana, SP. A prefeitura, por meio da Secretaria de Administração, ministrou um curso a norma, em outubro último, a 60 servidores de secretarias que desenvolvem trabalhos operacionais, como pintura e manutenção de telhado, entre outras atividades que lidam com altura.“Realizamos esse treinamento com o objetivo de prevenir eventuais acidentes. Levamos em consideração, ainda, a importância e a necessidade de capacitação inicial e continuada dos servidores dessa função”, frisa José Eduardo da Cruz Rodrigues Flores, secretário adjunto de Administração do município.
Coube ao Serviço Especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) local para tal atividade, que envolveu a aprendizagem sobre as responsabilidades do empregador e do empregado, capacitação, análise de riscos e uso de equipamentos de proteção individual, planejamento de ações, orientação e utilização de um sistema de proteção contra quedas.
Fonte: Revista Cipa