Os transtornos mentais comuns associados ao trabalho (como depressão e estresse) são três vezes maiores em trabalhadoras negras.
Esta é uma das conclusões tiradas no levantamento realizado pelas pesquisadoras Camila Carvalho de Sousa, do Hospital Universitário Professor Edgar Santos, de Salvador, BA; e Tânia Maria de Araújo, da Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Saúde, Núcleo de Epidemiologia, Feira de Santana, BA, no artigo intitulado “Efeitos combinados de gênero, raça e estressores ocupacionais na saúde mental”.
Realização do estudo com mulheres negras
A amostragem transversal analisou os efeitos isolados e combinados de fatores de exposição de mulheres, negras e em situações de pressão nos serviços de saúde públicos da atenção básica e de média complexidade, sendo as Unidades de Pronto-Atendimento (Upas) e os serviços especializados, de seis municípios baianos.
“Os resultados reforçam que trabalhadoras negras têm mais desvantagens sociais e são mais suscetíveis a ocupações de maior esforço e menor recompensa (posições de trabalho menos valorizadas, menor remuneração, maior exposição a estressores), indo ao encontro de resultados documentados na literatura”, informa nota da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), cujo artigo está publicado em sua Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO).
A trabalhadora negra enfrenta desafios diários que impactam diretamente sua saúde mental. Racismo, discriminação e desigualdade social geram estresse e ansiedade, afetando seu bem-estar e produtividade. Cuidar da saúde mental dessa mulher é fundamental para garantir um ambiente de trabalho justo e acolhedor, além de promover sua qualidade de vida. Valorizar sua saúde mental é reconhecer sua força e contribuição para a sociedade.
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Fonte: Revista Cipa